Na antiguidade, as mulheres já sofriam para se apertar dentro de justíssimos espartilhos. O objetivo era manter uma cinturinha fina, fazendo contraste com um largo quadril e seios fartos. Os padrões de beleza mudaram, mas nem tanto: as cinturas finas ainda fazem um baita sucesso entre as mulheres e entre os homens, que geralmente não resistem a curvas bem delineadas. Um costume antigo que ainda é mantido por algumas mulheres nos dias atuais é lançar mão das cintas modeladoras. Algumas usam apenas para esconder os pneuzinhos a mais quando o traje é justo e exige uma silhueta esguia.
Outras, ainda usam com o intuito de reduzir alguns centímetros nessa região - o que, segundo os especialistas ouvidos pelo Terra, não passa de um mito. "Sempre tem mulheres que aparecem no consultório com essa ideia. Nosso papel é orientar e dizer que o uso de cinta elástica é indicado para quem se submeteu a algum procedimento cirúrgico", explica o cirurgião plástico Alexandre Barbosa, da Clínica de Cirurgia Plástica de São Paulo. "São lendas antigas, do tempo das nossas avós. As cintas jamais emagrecem, só disfarçam as medidas. Não queimam as calorias e não têm impacto sobre as gorduras localizadas", reforça. A dermatologista Lilian Estefan concorda. "Não existe comprovação científica que mostre isso. Os dermatologistas não recomendam o método como forma de emagrecimento ou para modelar o contorno do corpo", reforça.
Exageros trazem problemas
Quem tem o hábito de usar a cinta muito apertada deve ficar atenta a alguns problemas de saúde que podem ser ocasionados quando o exagero é grande. "Problemas de circulação e compressão dos órgãos são comuns", explica Alexandre. Lilian reforça que as cintas muito apertadas podem machucar a pele, fazer cicatrizes ou obstruir a passagem do sangue na região abdominal, podendo trazer problemas de circulação e varizes. "A pessoa também vai respirar de uma maneira mais curta e sentir falta de ar", pontua.
Indicações e cuidados
De acordo com Lilian, as cintas modeladoras são indicadas em casos de pós-operatório, pois ajudam na cicatrização e reforçam a musculatura, diminuindo o inchaço e impedindo sangramentos ou o deslocamento da pele. Ela também é recomendada em alguns casos de problemas posturais, especialmente durante a gravidez, pois muda o eixo de equilíbrio do corpo e evita dores ocasionadas pelo sobrepeso. "Elas são indicadas depois de cirurgias como lipoaspiração, abdominoplastia, cesária e outras".
Recomendações
Alexandre enfatiza que hoje é possível encontrar no mercado vários tipos de modeladores, e os mais indicados são os produtos de microfibra e elastano. "Devido a fios de última geração, propiciam à mulher o máximo de conforto. Além da versatilidade, são bastante modernos e podem ser usados em qualquer tipo de corpo, alguns conseguem reduzir a silhueta em até um número", observa. Ele também explica que é importante experimentar a peça antes de comprar, para verificar se está confortável. E reforça: "nunca compre tamanhos menores do que você usa, pensando assim conseguir um efeito mais redutor. Ao contrário, o resultado pode ser desastroso, além do que não será nada confortável e também poderá provocar problemas ortopédicos. É importante que, ao adquirir seu produto, consiga vesti-la de forma fácil e que você se sinta confortável, pois muitas vezes passaremos horas com a cinta."
Alternativas
Quem está em busca da cintura perfeita também pode lançar mão de alternativas existentes no mercado de beleza. "Métodos como radiofrequência, ultrassom focado, criolipólise, massagem modeladora, drenagem linfática e lipoaspiração têm fundamentos científicos que comprovam a redução das medidas, diminuindo tanto a gordura localizada da região quanto a flacidez, pois atuam no tratamento do contorno do corpo", explica Lilian. E para as que estão à espera de um passe de mágica, o cirurgião Alexandre avisa: "embora as cintas auxiliem na estética, sozinhas não fazem milagres, portanto, para um corpo realmente perfeito nada melhor que uma dieta saudável e a prática de exercícios físicos".
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